O que era visto como quase impossível no início da temporada se tornou factível no final. O Lyon corre sério risco de perder a sua hegemonia no Campeonato Francês. A vantagem dos adversários locais e as desilusões na competição já fazem a equipe pensar no futuro e as apostas estão concentradas em Éderson. O meia-atacante brasileiro, de 23 anos, é preparado para herdar o ‘trono’ de Juninho Pernambucano, que reinou sozinho durante sete anos.

O ano conturbado do Lyon se encerra com o ‘prêmio de consolação’, como o título francês era encarado após as seguidas decepções na Liga dos Campeões, longe de ser alcançado. Olympique de Marselha e Bordeaux têm 71 pontos, enquanto o atual heptacampeão soma 64, com apenas três rodadas a serem disputadas. As circunstâncias fazem Juninho admitir que as chances de renovar o título são ínfimas.

“Ainda temos chances, mas claro que são muito mais difíceis. Os times que estão na nossa frente têm vencido, mas vamos lutar”, promete o meia, ‘responsável’ pela contratação de um dos jogadores de maior futuro para a equipe: Éderson. Então defendendo o Nice, o atleta recebeu uma ligação do capitão do Lyon, que contou sobre o interesse e os projetos do clube. Com o título mundial sub-17 no currículo, o jovem se transferiu no início desta temporada e já ganhou lugar cativo entre os titulares.

Apesar de reconhecer que terá a missão de comandar o Lyon em um futuro próximo, Éderson ressalta a importância de Juninho dentro de campo. “Sempre disse que não quero tomar o lugar ou substituir o Juninho no Lyon, mas todo mundo insiste nisso. Sou muito feliz em jogar do lado dele, que é capaz de decidir a partida a qualquer momento. Se um dia conseguir repetir o que o Juninho fez aqui, estarei muito honrado”, revela o meia-atacante, revelado pelo RS Futebol.

Com pequenas chances no Francês, Éderson lista os equívocos do Lyon na temporada. “O elenco sofreu com lesões e mudanças. O Fred fez muita falta ao time nos últimos jogos. Também demos muita atenção à Liga dos Campeões e perdemos chances de abrir vantagem que poderia ser fundamental no final do campeonato”, explica Éderson, que aponta um fator inusitado que também atrapalhou a equipe: a pressão da imprensa francesa.

“A imprensa sempre foi contra o Lyon. Para valorizar o campeonato, eles falam que Olympique e Bordeaux farão algo fantástico se vencer o campeonato”. O discurso de Éderson ganha eco com as declarações de Juninho Pernambucano quando questionado sobre o assunto. “Infelizmente, lutam e fazem de tudo para derrubar o Lyon. Os clubes da capital e das cidades do sul sempre têm mais força para derrotar uma equipe como a nossa. Mas isto ia acontecer mais cedo ou mais tarde”, resigna-se.

O ano para se esquecer do Lyon ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira, quando Fábio Santos teve o seu contrato rescindido com o clube. Após ser substituído contra o Valenciennes, o meia se desentendeu com o técnico Claude Puel. O elenco teve que conter os ânimos para que a discussão não acabasse em briga. Éderson minimiza o episódio, mas confirma que o time teve dificuldades para se adaptar ao estilo do treinador, que chegou em junho de 2008.

“O Fábio Santos é muito competitivo e se desentendeu com o treinador, mas isso não afetou o grupo. Um fator que dificultou foi o estilo do treinador, que é diferente. Mas é preciso passar por isso para fazer o melhor nos jogos que restam na competição”, encerra o meia, que explica que a maioria torcida, apesar de surpresa com o desfecho inesperado do Francês para o Lyon, ainda está com a equipe.

UOL Esporte